Desacelere: O Verdadeiro Sucesso

Escrevo isto do meu apartamento em Hackney, onde o zumbido da cidade se mistura ao silêncio entre respirações. Antigamente, acreditava que vencer era sobre velocidade — o brilho das recompensas digitais, o rugido de um sistema que prometia mais do que dinheiro. Mas agora vejo: cada vez que alguém vence, sente-se mais só. Os jogos não recompensam presença; eles leilo distração. Já não persigo apostas altas — pois aprendi que liberdade verdadeira não é escapar da responsabilidade, mas escolher carregá-la com amor silencioso. Nem todas as vitórias são faíscas numa pista. Algumas são ecos em quartos vazios após a meia-noite. Minha mãe me disse: ‘Não podes sobreviver à tua saudade correndo da dor.’ Ela não quis dizer para escapar. Ela quis ouvir — ouvir-te quando ninguém mais fala. Por isso parei de apostar na sorte. Escolhi jogos de baixo risco e profundo significado — jogos onde a interface não grita por cliques, mas sussurra silêncio. Onde cada rotação parece uma página virada devagar num velho livro escrito por alguém que se lembra por quê amou você antes de saber como ser livre. Você não precisa de mais vitórias. Você precisa ser ouvido.